HISTÓRIA


Trabalho de História: Candomblé e Umbanda



Candomblé

 
 
O candomblé é uma religião africana trazida para o Brasil no período em que os negros desembarcaram para serem escravos. Nesse período, a Igreja Católica proibia o ritual africano e ainda tinha o apoio do governo, que julgava o ato como criminoso, por isso os escravos cultuavam seus Orixás, Inquices e Vodus omitindo-os em santos católicos.



Os orixás, para o candomblé, são os deuses supremos. Possuem personalidade e habilidades distintas, bem como preferências ritualísticas. Estes também escolhem as pessoas que utilizam para incorporar no ato do nascimento, podendo compartilhá-lo com outro orixá, caso necessário.



Os rituais do candomblé são realizados em templos chamados casas, roças ou terreiros que podem ser de linhagem matriarcal (quando somente as mulheres podem assumir a liderança), patriarcal (quando somente homens podem assumir a liderança) ou mista (quando homens e mulheres podem assumir a liderança do terreiro). A celebração do ritual é feita pelo pai de santo ou mãe de santo, que inicia o despacho do Exu. Em ritmo de dança, o tambor é tocado e os filhos de santo começam a invocar seus orixás para que os incorporem. O ritual tem no mínimo duas horas de duração.



O candomblé não pode ser igualado à umbanda. No candomblé, não há incorporação de espíritos, já que os orixás que são incorporados são divindades da natureza; enquanto na umbanda, as incorporações são feitas através de espíritos encarnados ou desencarnados em médiuns de incorporação. Existem pessoas que praticam o candomblé e a umbanda, mas o fazem em dias, horários e locais diferentes.


Umbanda

Recebe o nome de Umbanda um dos vários cultos religiosos sincréticos surgidos no Brasil entre os séculos XVI e XX, fruto do contato dos diferentes povos que contribuíram para a formação cultural  e religiosa da população. A palavra umbanda deriva de m'banda, que em língua quimbundo (língua nacional de Angola) significa "sacerdote" ou "curandeiro". O culto irá combinar elementos da filosofia espírita kardecista, dos vários cultos afro-brasileiros, tradições indígenas, do cristianismo católico e modernamente, conhecimento vindo de cultos esotéricos. Por ter nascido e se desenvolvido nas classes mais humildes da população brasileira, a condução e filosofia do culto muitas vezes ainda difere, havendo visões até mesmo conflitantes acerca de vários conceitos da religião entre seus praticantes.
Aparentemente, o culto umbandista, trajes, cantos e demais características assemelham-se bastante ao candomblé e outros cultos afro-brasileiros, mas a diferença fica evidente com uma observação mais detalhada, pois a umbanda adota figuras indígenas (os caboclos), negros urbanizados e inseridos na cultura europeia (pretos-velhos, pombas-gira e zé pelintra) e conceitos de reencarnação encontrados na doutrina espírita. A umbanda adotará ainda em seu panteão Exu, deus da mitologia iorubá (nagô), em meio a figuras do panteão bantu quimbundo, bem como a adoração à Santíssima Trindade católica. Tudo isto é estranho ao candomblé, que, a grosso modo, é a reconstituição de tradições quase que exclusivamente iorubás em terras brasileiras.
Muitas vezes demonizada e vista como culto maléfico, a umbanda deve ser entendida como uma religião, que busca preencher um conceito filosófico-religioso importante ainda nos dias de hoje, a atenção aos excluídos. Tal ideia de "inclusão religiosa" pode ser melhor entendida ao se analisar a origem da religião.

Apesar do desenvolvimento nas classes mais humildes, a umbanda tem um registro histórico de seu nascimento, e até uma hora determinada a ser considerada. A história da umbanda nas suas primeiras décadas se confunde com a de Zélio Fernandino de Moraes, natural de Niterói, capital do então estado do Rio de Janeiro. Zélio, acometido de estranha paralisia que desafiava os médicos, certo dia levantou-se do leito e declarou: "- Amanhã estarei curado." No dia seguinte, realmente, o jovem de 17 anos não aparentava qualquer sinal da doença que o assombrou.

Depois de muita discussão, um amigo da família convence todos a visitarem a Federação Espírita de Niterói e assistir uma sessão. Convidado a participar, Zélio logo é tomado de uma força sobrenatural, e diz: "-Aqui está faltando uma flor!". Em seguida, colhe uma flor do jardim do prédio e deposita-a à mesa.

Atordoados, os outros participantes da sessão começaram a incorporar espíritos que se intitulavam pretos escravos e índios (de acordo com a tradicional linha kardecista, somente espíritos "evoluídos", de doutores, intelectuais, pensadores, etc. deveriam ser incorporados; espíritos como os referidos eram considerados atrasados e deviam ser evitados).

Seguem-se diálogos entre as "entidades", acerca do que é realmente um espírito atrasado ou não. Por fim, o espírito que incorporara em Zélio se revela como o Caboclo da Sete Flechas, o senhor dos caminhos, que, desconcertado com o preconceito racial e cultural dos praticantes kardecistas, anuncia que irá criar uma nova religião onde os negros e índios considerados espíritos atrasados, poderão se manifestar e dividir com a humanidade seus conhecimentos.

Dito e feito, às 20h00 do dia 16 de novembro de 1908, manifestou-se o caboclo em Zélio, anunciando a criação da nova religião. Em nome de tal espírito, Zélio, com a ajuda de um pequeno grupo crente, passou a realizar curas e logo fundou o primeiro espaço dedicado ao culto, a Tenda de Umbanda Nossa Senhora da Piedade, registrada em cartório em 1908 e ainda funcionando.

Entrevista:






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